Capitalismo

Capitalismo
Capitalismo é o sistema sócio-econômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) são propriedade privada, ou seja, tem um dono.

Antes do capitalismo, o sistema predominante era o Feudalismo, cuja riqueza vinha da exploração de terras e também do trabalho dos servos. O progresso e as importantes mudanças na sociedade (novas técnicas agrícolas, urbanização, etc) fizeram com que este sistema se rompesse. Estas mesmas mudanças que contribuíram para a decadência do Feudalismo, cooperaram para o surgimento do capitalismo.

Os proprietários dos meios de produção (burgueses ou capitalistas) são a minoria da população e os não-proprietários (proletários ou trabalhadores – maioria) vivem dos salários pagos em troca de sua força de trabalho.

Economistas, economistas políticos, sociólogos e historiadores adotaram diferentes perspectivas em suas análises do capitalismo e reconheceram várias formas dele na prática. Estas incluem o capitalismo de livre-mercado ou laissez-faire, capitalismo de bem-estar social e capitalismo de Estado. Diferentes formas de capitalismo apresentam diferentes graus de mercados livres, propriedade pública, obstáculos à livre concorrência e políticas sociais sancionadas pelo Estado. O grau de concorrência nos mercados, o papel da intervenção e da regulamentação e o alcance da propriedade do Estado variam nos diferentes modelos de capitalismo. A maioria das economias capitalistas existentes são economias mistas, que combinam elementos de mercados livres com intervenção estatal e, em alguns casos, planejamento econômico.

As economias de mercado existiram sob muitas formas de governo, em diferentes momentos históricos, lugares e culturas. No entanto, o desenvolvimento das sociedades capitalistas marcado por uma universalização das relações sociais baseadas no dinheiro, uma classe de trabalhadores assalariados consistentemente grande e abrangente e uma classe capitalista que domina o controle da riqueza e do poder político desenvolveu-se na Europa Ocidental em um processo que levou à Revolução Industrial. Os sistemas capitalistas com diferentes graus de intervenção direta do governo tornaram-se dominantes no mundo ocidental e continuam a se espalhar.

O capitalismo foi criticado por estabelecer o poder nas mãos de uma classe capitalista minoritária que existe através da exploração de uma classe trabalhadora majoritária; por priorizar o lucro sobre o bem social, os recursos naturais e o meio ambiente; e por ser um motor de desigualdades e instabilidades econômicas. Os defensores argumentam que o sistema proporciona melhores produtos através da concorrência, cria um forte crescimento econômico, produz produtividade e prosperidade que beneficia grandemente a sociedade, além de ser o sistema mais eficiente conhecido para alocação de recursos.

O período entre os séculos XVI e XVIII é comumente descrito como mercantilismo. Associa-se este período à exploração geográfica da Era dos Descobrimentos por parte de mercadores, especialmente da Inglaterra e dos Países Baixos; à colonização europeia das Américas; e ao rápido crescimento do comércio exterior. O mercantilismo foi um sistema de comércio com fins lucrativos, embora as commodities ainda fossem em grande parte produzidas por métodos de produção não-capitalista.

Enquanto alguns estudiosos vêem o mercantilismo como o primeiro estágio do capitalismo, outros argumentam que o capitalismo não surgiu até mais tarde. Por exemplo, Karl Polanyi, observou que "o mercantilismo, com toda a sua tendência para a comercialização, nunca atacou as salvaguardas que protegeram os dois elementos básicos do trabalho de produção e da terra de se tornar os elementos do comércio"; assim atitudes mercantilistas para o regulamento da economia estão mais próximas das atitudes feudais, "eles discordavam apenas sobre os métodos de regulação."

Além disso, Polanyi argumentava que a marca do capitalismo é a criação de mercados generalizadas para o que ele referia como "mercadorias fictícias": terra, trabalho e dinheiro. Assim, "não foi até 1834 um mercado de trabalho competitivo, com sede na Inglaterra, portanto, não pode-se dizer que o capitalismo industrial, como um sistema social, não existiu antes desta data."

Evidências de comércio mercante de longa distância, orientado e motivado pelo lucro foram encontradas já no segundo milênio aC, com os antigos mercadores assírios. As primeiras formas de mercantilismo da época formaram-se já no Império Romano e, quando este expandiu-se, a economia mercantilista também foi ampliada por toda a Europa. Após o colapso do Império Romano, a maior parte da economia europeia passou a ser controlada pelos poderes feudais locais e mercantilismo entrou em declínio. No entanto, o mercantilismo persistiu na Arábia. Devido à sua proximidade com países vizinhos, os árabes estabeleceram rotas de comércio para o Egito, Pérsia e Império Bizantino. Como o islã se espalhou no século VII, o mercantilismo espalhou-se rapidamente para a Espanha, Portugal, Norte da África e Ásia. O sistema mercantilista finalmente retornou à Europa no século XIV, com a propagação mercantilista de Espanha e Portugal.

Entre os princípios fundamentais da teoria mercantilista estava o bulionismo, uma doutrina que salientava a importância de acumular metais preciosos. Mercantilistas argumentavam que o Estado devia exportar mais bens do que importava, para que os estrangeiros tivessem que pagar a diferença de metais preciosos. Teóricos mercantilistas afirmavam que somente matérias-primas que não podem ser extraídas em casa devem ser importadas e promoveram os subsídios do governo, como a concessão de monopólios e tarifas protecionistas, que foram necessários para incentivar a produção nacional de bens manufaturados.


Robert Clive após a Batalha de Plassey. A batalha começou o domínio da Companhia das Índias Orientais na Índia.
Comerciantes europeus, apoiados por controles, subsídios e monopólios estatais, realizaram a maioria dos seus lucros a partir da compra e venda de mercadorias. Nas palavras de Francis Bacon, o objetivo do mercantilismo era "a abertura e o bem-equilíbrio do comércio, o apreço dos fabricantes, o banimento da ociosidade, a repressão dos resíduos e excesso de leis suntuárias, a melhoria e administração do solo; a regulamentação dos preços..."

Práticas semelhantes de arregimentação econômica tinham começado mais cedo nas cidades medievais. No entanto, sob o mercantilismo, dada a ascensão contemporânea do absolutismo, o Estado substituiu a corporações locais como regulador da economia. Durante esse tempo, as guildas funcionavam essencialmente como um cartel que monopolizava a quantidade de artesãos que ganham salários acima do mercado.

No período compreendido entre o século XVIII, a fase comercial do capitalismo, originada a partir do início da Companhia Britânica das Índias Orientais e da Companhia das Índias Orientais Holandesas. Estas empresas foram caracterizadas por suas potências coloniais e expansionistas que lhes foram atribuídas por Estados-nação. Durante esta época, os comerciantes, que haviam negociado com o estágio anterior do mercantilismo, investiram capital nas Companhias das Índias Orientais e de outras colônias, buscando um retorno sobre o investimento. Em sua "História da Análise Econômica", o economista austríaco Joseph Schumpeter reduz as proposições mercantilistas a três preocupações principais: controle do câmbio, monopolismo de exportação e saldo da balança comercial.

Características do Capitalismo
Toda mercadoria é destinada para a venda e não para o uso pessoal
O trabalhador recebe um salário em troca do seu trabalho
Toda negociação é feita com dinheiro
O capitalista pode admitir ou demitir trabalhadores, já que é dono de tudo (o capital e a propriedade)
Fases do Capitalismo
Capitalismo Comercial ou mercantil: consolidou-se entre os séculos XV e XVIII. É o chamado Mercantilismo. As grandes potências da época (Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França) exploravam novas terras e comercializavam escravos, metais preciosos etc. com a intenção de enriquecer.
Capitalismo Industrial: Foi a época da Revolução Industrial.
Capitalismo Financeiro: após a segunda guerra, algumas empresas começaram a exportar meios de produção por causa da alta concorrência e do crescimento da indústria.
O capitalismo vem sofrendo modificações desde a Revolução Industrial até hoje. No início do século XX, algumas empresas se uniram para controlar preços e matérias-primas impedindo que outras empresas menores tenham a chance de competir no mercado.

Nessa época várias empresas se fundiram, dando origem as transnacionais (também conhecidas como multinacionais). São elas: Exxon, Texaco, IBM, Microsoft, Nike, etc.

OBS: O nome transnacional expressa melhor a idéia de que essas empresas atuam além de seu país. O termo multinacional nos levava a concluir que a empresa tinha várias nacionalidades. Por esta razão, o termo foi substituído.

A união de grandes empresas trouxe prejuízo para as pequenas empresas que não conseguem competir no mercado nas mesmas condições. Ou acabam sendo “devoradas” pelos gigantes ou conseguem apenas uma parcela muito pequena no mercado.

Visando sempre o lucro e o progresso, grandes empresas passaram a valorizar seus empregados oferecendo-lhes benefícios no intuito de conseguir extrair deles a vontade de trabalhar.

Consequentemente, essa vontade e dedicação ao trabalho levará o empregado a desempenhar o serviço com mais capricho e alegria, contribuindo para o sucesso da empresa.

Infelizmente, muitas empresas não investem em seus operários e muitos deles trabalham sem a menor motivação, apenas fazem o que é preciso para se manterem no emprego e assegurar o bem-estar de sua família.

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